Após uns 20 anos estudando e participando de trabalhos em 2 centros espíritas Kardecistas, claro que durante este período tive ciclos que trabalhava, não foi direto. Mas agora estava a uns 4 anos a deriva sem trabalhar. Os filhos cresceram e principalmente o mais velho já estava andando com as própias pernas, já namorando a alguns anos a mesma menina, bem o que interessa isto tudo você deve estar se perguntando, mas siga lendo e verá onde pretendo chegar.
Ocorreu que esta menina ainda novinha foi parar em um Terreiro de Umbanda, que nasceu em nossa comunidade com a sua participação desde o inicio, após um ano mais ou menos o meu filho também começou a frequentar o Terreiro, ai comecei a pensar, um menino criado dentro de um Centro Espirita Kardecista agora estava frequentando um Terreiro, como pai fiquei preocupado, será obsessão, nossa muita coisa passou na minha cabeça que até fico com vergonha hoje, mas com o passar do tempo surgiu o convite para mim filmar uma festa que iria ter no Terreiro. Chegado o dia eu a esposa e as filhas fomos e fui muito bem tratado, fiz o trabalho da filmagem e ali fui vendo como cada entidade se portava, pois a festa era de Exu, justamente aqueles que mais temos preconceito, no decorrer da festa fui conversando com alguns, como o Rei, Tranca Ruas, Omulu, Tiriri e as Pombo Giras 7 Saias, Padilha , Menina e Mulambo. Fui para casa com outra visão do que era a Umbanda, não sabia o que tinha acontecido mas algo tinha mudado em mim, comecei a estudar o assunto, li muito sobre as entidades e seus trabalhos.
Devo confessar que sempre gostei de ouvir a batida dos atabaques usados na Umbanda e Candomblé, quando ia para praia em fevereiro sempre me atraiu ver as giras na beira da praia em homenagem a Rainha das águas Iemanja, mas devido a minha doutrina mais Kardecista nunca me imaginei trabalhando em um centro de Umbanda, hoje vejo que existia muito preconceito de minha parte por falta de conhecimento dos reais ensinamentos que a Umbanda nos trás através de entidades que se apresentam e se comunicam com simplicidade, mas com muito amor a causa e vontade de fazer o bem.
Passado um curto tempo e la estava eu e minha filha menor, de branco, ansioso, queria logo sentir aquela energia que havia me arrebatado desde o primeiro dia em que pisei naquela Terreira, hoje um ano depois vejo que tenho muito a aprender com as Entidades da Umbanda, vejo como o mundo espiritual trabalha para te colocar a onde você deveria estar, foi preciso a minha nora e meu filho entrar naquela casa para eu poder ser instigado a conhecer a Umbanda a qual eu tinha já formado os meus preconceitos, a cada dia que passa estou aprendendo mais e sabendo reconhecer os meus defeitos que trouxe comigo nesta encarnação, o trabalho na Umbanda tem feito muito bem, certamente era isso que estava traçado para minha passagem nesta encarnação. O contato com as Entidades e Orixas tem me ajudado muito na reformulação de minhas prioridades e minhas ações. Durante estes anos tinha lido dezenas de livros Espiritas, muitos sobre Desobsessão, todos os livros de André Luiz, assim me achava um conhecedor dos assuntos da Espiritualidade o que me levou por anos a achar que apenas o fato de ter estudado muito e ter feito alguns trabalhos como passes e intercambio já bastava, mas certamente para o meu caso eu precisava servir em outras fileiras como diriam no exército, hoje junto o aprendizado anterior a Umbanda e vejo que estes se complementam e que apenas é uma opção que fiz antes de reencarnar ou um resgate quem sabe que tenho e que trabalhando nesta linha Espiritual me sinta mais a vontade, não vem ao caso o motivo o importante é que estou feliz. É isto o que importa na nossa vida, dar um sentido espiritual a ela, sim porque se somos espíritos encarnados deveríamos dar mais atenção aos assuntos da espiritualidade e não somente ao material que nos traz alegrias momentâneas, é claro que é bom ter dinheiro mas não devemos nos tornar escravos dele, mas isto já é outro assunto que qualquer dia falaremos.
muito Axé a todos
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