terça-feira, 30 de outubro de 2012

Mensagem do Caboclo Tupinambá

Sim, sua vida espiritual vai bem á medida que você observa, analisa e lapida seu comportamento, suas ações , pensamentos e principalmente seus julgamentos, frequentemente precipitados e equivocados, a respeito das pessoas e daquilo que ainda está por vir.
Sim, seu caminho é a Umbanda enquanto você valorizar a experiência espiritual com os Orixás, Guias e Mensageiros do Astral que se desdobram em muitas formas para te auxiliar. 
Seu caminho é e sempre será a Umbanda, enquanto você acender uma vela e sentir que ela fala contigo, enquanto você escutar o som do atabaque e seu corpo aquecer num compasso de vibrações e arrepios, enquanto você sentir o aroma das ervas transmutadas em fumaça ao contato com a brasa incandescente e for acometido da sensação de estar sendo transportado para outro lugar, a Umbanda continuará sendo seu caminho enquanto o brado dos Caboclos te arrepiar, o silêncio dos Pretos Velhos te emocionar, o gracejo dos Baianos te alegrar, a sinceridade dos Exus te curvar, a simpatia das Pomba Giras te atrair e a ciranda dos Erês te relembrar que, apesar dos pesares, o mais importante é não perder a pureza das crianças.
Sim, seu lugar é no Templo que frequenta, enquanto os espíritos regentes ainda forem os seus objetivos, enquanto o sentimento de irmandade não se dissipar facilmente em momentos de atributos e conflitos naturais, enquanto você preservar o respeito e lealdade ao seu Sacerdote.

Sr. Caboclo Tupinambá

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A influência do Veiculo Mediúnico

Vale a pena ler e reler esta mensagem, tem muito a nos ensinar. 
A Influência do Veículo Mediúnico - por Exu Pinga-Fogo


Após preparar seu caldeirão com fogo, no qual “lavou” seus pé e mãos, Seu Pinga-Fogo iniciou a palestra, proferida logo após a gira de caboclos. Desejou-nos uma boa noite e suas primeiras palavras nos ofereceram o tema a ser desenvolvido:
A influêcia do veículo mediúico na vida e nas atitudes de seus consultados.

Gira de Caboclos – Homenagem a Ogum – 15 de Abril, 2002.

Se vocês desenvolvem a parte espiritual, se querem aprender a encaixar, a receber a sintonia—seja dos caboclos, pretos-velhos, ou qualquer das falanges trabalhadoras da Lei da Pemba—devem também aprender que efeito isso traz se o médium não está preparado.
Não basta só a fé e a boa-intenção, mas a consciência também é necessária. Consciência de que a verdadeira sintonia com o plano astral, no sentido de atendimento em prol da caridade, tem que ser baseada na disciplina, disciplina, disciplina—setenta e sete vezes. É na disciplina onde nós encontramos a responsabilidade e a consciência.
É muito bonito o fenômeno espiritual—a paz que os mentores nos trazem, o carinho, a amizade, a dedicação, as curas—mas a disciplina e essa consciência têm que ser exercitadas sempre, sempre. O Rabi da Galiléia disse “orai, mas vigiai”— a vigília deve existir sempre.
Quando uma pessoa está para ser atendida por um espírito, ela está depositando toda a fé dela na solução do problema que ela traz ali, naquele momento. No momento quando vou atender uma pessoa, ela vai jogar para a mim toda a responsabilidade do problema e o que eu falar, ela vai fazer. Agora: o espírito é a água e o médium, a jarra. Se a jarra  está suja, a água vai sair suja. Temos que ter essa consciêcia porque ela vai agir na sua coroa, tanto na mediunidade consciente quanto inconsciente. Mesmo se o médium é inconsciente, a responsabilidade também é dele. “Ah, mas eu não me lembro…”. Você não lembra, mas você está atuando, na sua parte espiritual. Não existe o fenômeno sem a passividade mediúnica.
Seja o fenômeno de vidência, de audiência, de clarividência, de psicofonia, de sensibilidade, qualquer que seja, ele necessita da passividade mediúnica para acontecer. Vamos estar conscientes disso: da responsabilidade. Façamos como Francisco de Assis, sejamos humildes e primeiro peçamos ao Pai: “Senhor, fazei de mim um instrumento de tua paz”. Com o coração envolvido de amor e olhando no próximo uma pessoa que precisa de evolução, nós podemos, então, chamar as nossas entidades e atender. Mas devemos ter o cuidado, junto aos nossos guias, de sempre motivar a pessoa para o progresso e para a evolução. O espírito nunca
define a situação para ninguém— isso seria uma transgressão do livre-arbírio de cada um. O médium deve ter cuidado, porque as pessoas perguntam e perguntam muito. Elas querem
saber de tudo, elas querem a resposta “certa”. Elas querem tirar delas mesmas a responsabilidade dos seus prórios atos inconscientemente, mas é isso que acontece: “eu posso fazer, mas o espírito não me falou pra fazer…” Em todo o setor, o livre-arbírio é uma lei, seja nos sentimentos, seja nos problemas materiais. Lembrem sempre, meus filhos, da vigilâcia e da disciplina, sempre.
Vamos nos livrar da vaidade, a vaidade que leva o médium ao ponto de pensar que sem ele, não haveria o fenômeno; que se não fosse ele, que por causa dele, que… a, sim, você começa a se distanciar dos verdadeiros princípios do amor. A humildade é a base. A minha capa é amarela, bonita; a luz do sol, brilha; e nem tanto deixa de valer mais que o ouro que está guardado no cofre e ninguém vê. Fazer a caridade necessita força e fé. Não é a qualidade do fenômeno mas, sim, o que você está jogando para a pessoa. Vocês estão se preparando para a vida do Santo, junto com essa vida de atendimento. Não é pôr o pé no fogo que vai
determinar se o espírito está ali ou não, é o que ele vai falar, o que ele vai fazer. Não é o número de mandingas que você vai passar para a pessoa fazer de segunda a sexta-feira, mas é o que você vai tocar no coração dela com suas palavras.
A principal coisa que o médium tem que aprender é amar, amar. Amai-vos uns aos outros, como o Rabi vos amou. Sempre use a força de Exu, a força determinante que há de proteger você das emboscadas, pois o mal existe e está por aí, o mal feito, a bruxaria, o vudu. Peça a Exu a proteção, sempre, ao dono dos caminhos.
Vocês vão ser muito felizes, fazendo o bem sabendo que estão realmente fazendo o bem.
Cuidado para não se iludirem: fujam do fanatismo e fujam também do comodismo. Nós não devemos ser fanáticos, mas também não devemos ser comodistas. A nossa reforma moral foi pra ontem. Não julguem. Cada um tem o seu momento, cada um tem o seu ponto, mas vamos fazer o melhor de nós. Vamos nos preocupar mais conosco do que com os outros, e, se a pessoa erra, vamos dar apoio a ela através do nosso exemplo e do nosso perdão. Vamos seguir o caminho da vida e vamos viver felizes, em paz e alegres. A fé independe da quantidade de orações, da quantidade de giras que você faz por semana, da quantidade de banhos de descarrego que você toma, mas da qualidade de seus pensamentos ao encarar a
vida, ao encarar você mesmo, ao encarar o sol que se põe e a noite que entra, e as pessoas que vivem ao seu redor, porque elas são as fontes da sua evolução. É através das pessoas que estão ao nosso redor que nos é dada a oportunidade de desenvolver a nossa paciência, nossa compreensão, nossa humildade, nosso perdão. Porque se não for por elas, vão ter que trocar as pessoas, porque vai ter que ser por alguém. Mas por trás desse alguém tem um
passado, ou seja, um presente, porque nós somos tudo aquilo que nós fomos, e o que nós vamos ser vai depender de nossas atitudes, do que nós construimos a cada dia, na nossa fé.
Usem essa gira, filhos, esse contato com a espiritualidade superior, esse contato em que cada caboclo vem abraçar seu filho e vocês percebem, na matéria, como a força é grande. É o contato que vem mostrar a cada um que a vida existe, ela compensa. Nós não temos tempo a perder com tristeza, com desânimos, com indagações que não vão nos levar a lugar nenhum.
Vamos construir, sempre, vamos nos ajudar. Vamos amar ao próximo e ajudar as pessoas que estão em nossa volta, da melhor maneira possíel. Aproveitem esse momento de axé. Aproveitem esse momento de cada mês quando vocês vêm se abrir para o plano espiritual e deixem que as melhores qualidades de seus corações se desabrochem. Permitam que essa mesma vibração, esse bem-estar que todos sentem neste trabalho possam transcorrer no dia-a-dia de você, como uma rotina. Você acorda e escova os dentes; pois você vai aprender a acordar e pensar em felicidade. Lembre da linha que eu disse do fanatismo: não é você falar só sobre espiritismo, não é você comentar só sobre esse assunto; não é só esse assunto que é positivo, tudo que é positivo é positivo. Nós devemos viver, vamos viver a vida, respeitando e amando, sempre. E aí filhos, o fenômeno mediúnico se encaixa numa perfeita sintonia com as
mais bem intencionadas almas no propósito de colaborar na mediunidade de vocês ao auxílio do próximo; aí, sim.
Que Ogum, com sua força, com suas armas, possa defender o caminho e o propósito de cada um. Que a força desses lanceiros possa iluminar esse trabalho.